quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Alimentação viva ganha adeptos; aprenda a usá-la no seu dia a dia -

Em busca de uma vida saudável, há um crescente número de pessoas que procuram na alimentação um modo de prevenir doenças e alcançar a longevidade.
Entre as inúmeras tendências, a alimentação viva tem ganhado adeptos que descobrem que a forma antiga de comer alimentos crus é uma rica fonte de vitalidade.
No entanto, esse modo de alimentação não se resume aos legumes e verduras sem cozimento. "O crudivorismo, outro modelo que tem uma proposta parecida, não usa necessariamente os grãos germinados em suas receitas", explica Juliana de Paula Sousa , 39, terapeuta natural e especialista em plantas medicinais.

Passo a passo para germinar grãos



Zé Carlos Barretta/Folhapress
 
Os grãos germinados são uma das bases da alimentação viva. O conteúdo de vitaminas e minerais é potencializado por meio desse processo
Ela conta que germinação é o processo onde as sementes, ao ficarem em contato com a água, começam a formar todo o composto vitamínico e mineral de uma planta completa.
Para o químico e "chef" de culinária viva Gilberto Basseto Júnior, 29, é nesse ponto que reside o fator terapêutico da alimentação viva. "São cápsulas ricas em nutrientes que, ao serem consumidas de forma frequente, podem até anular doenças crônicas", afirma.
Além de utilizar as sementes, os pratos dessa linha são compostos também de brotos e fermentados.
"Os brotos têm grande quantidade de clorofila, vitaminas, enzimas ativas e diversos fitonutrientes (muitos deles ainda não identificados pela ciência), enquanto os alimentos fermentados contêm microorganismos benéficos que auxiliam a digestão e colaboram para promoção de uma microbiota intestinal saudável e mais resistente a infecções", explica Basseto.
O médico Alberto Peribanez Gonzalez, especialista em nutraciência e autor do livro "Lugar de Médico é na Cozinha" (Alaúde, R$ 49,90), acredita que por meio da alimentação viva as pessoas passam a ter contato com novos alimentos provenientes da agrofloresta e da agricultura orgânica.
"O alimento vivo bem cultivado, com água pura e adubo vegetal, pode nos prover as bactérias homeostáticas do solo, que são também as mesmas bactérias homeostáticas intestinais. Isso expande o conceito de nutrição para uma nutrição microbiológica, que é a principal nas espécies herbívoras. Hoje, o papel das bactérias no nosso metabolismo está sendo revisto em toda literatura médica. Mesmo o conceito que temos de digestão terá que ser completamente reescrito."
Para quem está interessado em experimentar essa dieta mas sente dificuldades em deixar o gosto das comidas convencionais, Sousa indica que primeiro é preciso começar a fazer trocas saudáveis para ajudar o organismo a se acostumar e não causar rejeição ao paladar.
"Troque o pão francês pelo integral, o doce de açúcar por um feito de frutas e coma sempre que possível verduras orgânicas."

DIETA DOS 7 DIAS
Além de mais saúde, Basseto, que também ministra cursos por meio do projeto "Colheita Viva", afirma que sua vida ficou mais prática depois que começou a integrar a alimentação viva ao cardápio do dia a dia. "Eu como salada de frutas com castanhas hidratadas pela manhã e para o almoço levo meus grãos germinados e monto um prato com legumes crus em dez minutos. No jantar, eu faço pratos amornados, como, por exemplo, uma sopa de lentilhas germinadas", conta.
"Você faz uma reeducação alimentar e do paladar, por isso se acostuma muito rápido. Após um mês, percebe tantos benefícios que não quer largar mais."
Com base em pesquisas, Gonzalez afirma que parâmetros bioquímicos e físicos do corpo humano mudam para melhor após sete dias da dieta. "Até mesmo uma família que passa a consumir 30 por cento dos alimentos vivos e saudáveis já sente a diferença. Se o percentual subir para 80, as mudanças são radicais."
Mas nem todos os benefícios vêm desse tipo de alimentação. Sousa conta que certos alimentos, como o arroz integral cozido, foram utilizados em tratamentos médicos ao longo da história e comprovados como eficientes na recuperação de pacientes.
"Nós temos uma questão cultural de milhares de anos de alimentos feitos ao fogo e sobrevivemos até agora. Os grandes vilões reais são os industrializados e os agrotóxicos, entre outros elementos químicos tão presentes em nossas vidas."
A partir de amanhã, o site do Empreendedor Social irá publicar diferentes pratos vivos na sessão de receitas sustentáveis. O primeiro da série traz o suco verde, considerado uma das principais receitas dessa dieta e reconhecido por suas qualidades terapêuticas.






FONTE: Folha de São Paulo



1 comentário:

Iara Rodrigues da Cunha disse...

Gostei de sua postagem Márcia...a matéria é muito boa. Venho tentando modificar o hábito alimentar de minha família mas encontro certa resistência...eles não gostam muito do "verde". Lamentável, porque eu adoro essa cor!! rsrsrs
a soja eu já introduzi e faço muito coisa e eles comem sem reclamar. Vou continuar tentando oferecer o arroz integral e mais saladas. beijinhos

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