domingo, 6 de outubro de 2013

É mais que um estilo de vida saudável!!!

O consumo de brotos e sementes ajuda na absorção da força vital

Aproveitar toda a potencialidade dos vegetais e ter um maior contato com o alimento desde o seu cultivo, prezando pela sustentabilidade. Ser responsável não apenas em prevenir doenças, mas também promover a saúde de um modo mais amplo. Essas são apenas algumas das características da alimentação viva, que considera a vitalidade dos alimentos como fonte de energia e bem-estar.

Alimentos germinados resgatam o ritmo perdido pelo cotidiano acelerado 

É evidente que optar por frutas, legumes e verduras é essencial para seguir um estilo de vida mais saudável. Entretanto, a culinária viva propõe mais que a simples análise e ingestão dos conteúdos bioquímicos, como vitaminas e minerais. É preciso despertar o vigor inerente aos alimentos naturais, resgatando os ritmos essenciais perdidos em consequência do cotidiano acelerado. Como isso é possível? Germinando e fazendo brotar as sementes.

A médica e ambientalista Maria Luiza Branco, idealizadora e coordenadora do projeto Terrapia, na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), explica que a semente é como o bebê de uma planta e representa toda a força do início da vida, mobilizando vitalidade e transformação que o ser humano pode absorver para si ao fazê-la brotar.

Prova dos benefícios, Maria Luiza Branco conta que a sua busca por uma dieta mais saudável começou há 17 anos, devido a uma disfunção no pâncreas que resultou em uma hipoglicemia crônica, acompanhada de um descolamento de retina, prejudicando a visão do olho direito. De lá pra cá, percebeu que cuidar da dieta vai além do simples ato de se alimentar. Com a ajuda da irmã, a professora Ana Branco, passou a descobrir os encantos da alimentação viva.

"O que me tocou profundamente foi a rapidez da resposta por conta da alimentação. No começo, dediquei a minha dieta somente à alimentação viva. Em 15 dias, eu já notava a melhora. Depois de 3 meses, já não tinha mais nenhum sintoma. O bonito é que eu voltei a enxergar, apesar de ter sido um caso considerado irreversível", diz.

O mesmo aconteceu com a médica acupunturista Fátima Uchoa. Adepta da alimentação viva há cinco anos, conseguiu não só melhorar sua saúde, como também incentivar seus pacientes a buscar hábitos de vida mais saudáveis, começando pela alimentação. Ela afirma que não demorou muito para que as melhorias fossem percebidas.

"Notei que a desintoxicação, por meio da alimentação viva, poderia auxiliar os meus pacientes. Então foi possível fazer com que eles voltassem à velha rotina e a viver melhor, sem dores".

Como germinar

Maria Luiza Branco ressalta que, dependendo do tipo de semente, existem três formas de germinar: na água, no ar e na terra. Mas antes disso, o primeiro passo é lavar todas as sementes e deixá-las de molho dentro da água por aproximadamente oito horas.

No ar, a germinação pode ser com amendoim e centeio, por exemplo. Após o preparo para a germinação, é preciso escorrer a água e lavar bem as sementes por cinco vezes. Então, coloca-se um vidro com a semente úmida em um local inclinado em 45 graus, de maneira que seja possível pegar ar, escorrer o excesso de água e ficar na sombra. Além disso, deve-se lavar bem (cinco vezes) de manhã e à noite, retornando ao local inclinado. As sementes estarão prontas para comer quando estiverem com um "narizinho para fora" (cerca de 24h).

Já na germinação em água com amêndoas, nozes e castanhas, as sementes que germinam na água continuarão imersas. Atenção para trocar a água duas vezes por dia. Após aparecer o narizinho, pode-se comer. A duração depende da espessura das cascas.

Por fim, os brotos, na terra, (girassol, linhaça, ervilha, trigo). Após o primeiro passo, as sementes irão germinar no ar, acelerando o processo de cultivo. Com o "narizinho para fora", deve-se espalhá-las sobre uma bandeja com furos embaixo e três centímetros de terra. Cubra as sementes com pouca terra peneirada e regue. No início, coloque em um local sombreado e, quando crescidas, no sol. Regue regularmente sem encharcar. Os brotos estarão prontos para comer quando aparecerem as duas primeiras folhas ou, no caso das gramas (trigo), quando alcançarem 15 centímetros.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1313512

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